Concorda ou discorda?
Muitas vezes podemos pensar que o paciente questionador é um paciente chato, pois dá mais trabalho ao médico/cirurgião-dentista explicar com detalhes os procedimentos.
Entretanto, caso você pense assim, deve mudar este posicionamento.
Paciente autônomo
O paciente autônomo não é chato, pelo contrário, ele é esperto!
Ele é aquele que vai te questionar com detalhes sobre o procedimento, te fazer explicar dos riscos e benefícios de cada um deles.
E se você for esperto também, vai anotar tudo isso em prontuário, fazer um termo de consentimento livre e esclarecido robusto, e conversar com ele, chegando a um consenso com respeito à sua autonomia.
Portanto, permitir que o paciente exerça o seu direito à autonomia não deve ser visto como um ônus, mas sim como um bônus.
Paciente autônomo divide a responsabilidade de escolha com seu médico/profissional de saúde
Quando o paciente autônomo decide por fazer um procedimento/cirurgia com você, ou utilizar um determinado medicamento conforme você prescreveu, isso significa que ele questionou e conheceu os riscos.
E se os seu métodos não são aqueles que o paciente almeja, ele pode sempre procurar outro profissional para uma segunda opinião, mas ao menos você terá certeza de que se fizer aquele procedimento/cirurgia, o paciente repartirá com você os riscos da escolha.
Isso acontece muito em obstetrícia, por exemplo, quando uma paciente quer o parto normal, e o médico indica uma cesárea desde o início.
Está claro que caso este aspecto não seja esclarecido de forma adequada, diversos problemas futuros poderão surgir dessa relação de expectativa x realidade, não é?
Portanto, agradeça pelo paciente chato, pois na verdade ele realmente não é chato, é esperto e é autônomo, podendo te ajudar na sua prática clínica e na redução de riscos jurídicos.
Autoria: Isabela Moitinho de Aragão Bulcão. Revisão: Camila Beatris Zeferino.
Advogado Especialista em Direito Médico, Odontológico e da Saúde.